NOJENTA DEPRESSÃO

Ontem venturoso... abençoado... e tristécio

Hoje, porém, lamentável... maldito... e triste

Paradoxal tempo de minh'alma

A vida é mesmo uma merda!

Um asqueroso excremento a que pisamos em nossos tantos caminhos

Uma nauseabunda e nojenta depressão!

Ao que me embriago pelo trago de um vinho morto e sem sabor

(pelo menos no que presentemente sinto)

E destarte quão digno de dó eu sou!

E eu agora a me sentir sozinho e tristonho!

Com meus úmidos olhos a que murchos estão nesta hora

E sou, portanto a própria tristeza que a si mesma se admira

Dos olhos faltos, pois d'alegria onde tudo o mais perdeu sua graça

De minha essência a se fazer hoje pura aridez em seu deserto

Qual enclausurada solitária a s'estar no vácuo d'algum intestino qualquer

Quisera a vida eu fosse nest'instante um’alegre e bem disposta lombriga

A que enamorada d'outra igual ascárida com ela então estaria

Em perfeita comunhão de dor, tristura, tédio, melancolia...

Oh! quem me dera... se assim o estivesse!

E na envolvente fragrância daquele recinto em seu singular odor

A permitir-nos levar pelo natural e circundante clima

A que dançaríamos sob a ebriedade de su'aragem, tão envolvente!

E nos abraçaríamos... e nos beijaríamos

Sem pudor, sem medo. sem vergonha

N'expressão de nossa, pois sacra liberdade

E no final, com o maior dos regalos... a fazermos amor

A esquecermos... nossas angústias... nossas dores

Ah! oxalá assim fizera!

E destarte, concluo o que anteriormente disse:

"A vida é mesmo uma merda"

E, nest'instante, quem me dera se ela, pois bebesse um eficaz laxante

A que me expeliria deste cu de mundo!

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24 de janeiro de 2019

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 24/01/2019
Reeditado em 25/01/2019
Código do texto: T6558411
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