MUNDO DE ILUSÃO
Abrem-se os olhos e se atentam os ouvidos
Vejo dor e sofrimento, escutando os gemidos
Um mar azul e um céu de anil a brilhar
Há pessoas sorridentes vivendo a cantar
Uma fila de espíritos agonizantes na escuridão
Cem bilhões de vidas marchando para perdição
Um campeão a vibrar, uma nação a comemorar
Uma canção ecoa em um povo sempre a festejar
As teias de um plano vil serão tecidas metodicamente
E não há nada que seja realmente seu em sua mente
Um pequeno ratinho correndo em sua rodinha
Uma ovelha sem nenhuma utilidade sozinha
Espíritos aprisionados nessa vulgar e rustica matéria
Energias suprimidas e reprimidas sem essência etérea
Perdemos o amor, a liberdade e os sonhos
Somos robôs de carne chatos e enfadonhos
Quem puxas as cordas da marionete é uma ciumenta criatura
Ele brinca com nossos destinos, exigindo adoração ou tortura.
Como podemos ser tão tolos, tão cegos?
Dos seres que podemos ser, restam apenas ecos
Nosso ser superior grita por nossos nós
Nosso ego é nosso herói, nosso algoz
Uma estrada solitária rumo ao "quem sabe"
Lutando para que minha estrada nunca se acabe
De onde veio minha mente e para onde pode ir?
Me faço estas perguntas antes do corpo dormir
Um clarão na madrugada, um rompante na escuridão
E me vejo vagando, em outra realidade, outra dimensão
O corpo material pode vir a se abater
Mas a essência etérea vai permanecer
Oh Dhyana onde estão teus portões dourados a resplandecer?
A deusa Maya já nos tomou, já nos fez adormecer.
Ventos de confusão em um mundo de ilusão
O que faz tu para sobreviver no olho do furacão?
Uma vez que tu puderes se erguer e acordar
Nunca mais conseguirá novamente devanear
Tiago A.B Izidoro