O MEU EU E OS OUTROS EUS
O MEU EU E OS OUTROS EUS
Nem tudo que escrevo
é fruto da própria memória;
porquanto,
escrevem comigo,
outras memórias secretas;
as quais,
aprendi a ouvi-las,
intuindo-me alguma história
em prosa ou verso,
que brotam de suas
almas modestas.
Como de hábito, escrevo,
muitas vezes,
com essas entidades do meu lado;
que jamais morrem,
apenas recomeçam as suas vidas,
como seres
espirituais desencarnados,
exercendo inúmeros afazeres,
fruto de suas razões progredidas.
Ao contrário
do médium psicografo,
que sabe qual a entidade
que lhe dita os textos literários,
posto que, é um mero porta-voz
de quem lhe exprime, consciente
ou inconsciente, do mundo espírita;
no meu caso,
como médium intuitivo
ou inspirado, por saber escrever,
não preciso que a entidade escreva
rigorosamente através de mim,
mas somente me sugira
alguma ideia durante a escrita,
sem que a minha consciência
perceba, tampouco seja necessário
saber quem me sugere.
Convicto do auxílio precioso
que me chega dessas entidades
benfazejas, sinto que o mundo
espírita me cerca,
me envolve, doando-me diariamente,
as boas energias, os bons eflúvios
fluídicos, para que me desnude
das impurezas
que me pesam na bagagem espiritual
encarnada, vestindo-me
das purezas morais que, embora
ainda não me sejam definitivas,
no entanto, me orientam, me guiam,
pelos bons pensamentos espíritas,
a vivência regenerativa que já se opera
no abençoado educandário terrestre.
Escritor Adilson Fontoura