Derradeira parada



Há estradas que formam encruzilhadas
Derradeiras paradas para todos os lados
E quando se percebe  o trem  já  partiu
Levando com ele a última chance de ser feliz.

Viver exige atenção, passada a  última estação
A próxima pode ser longe demais, demorada!
Se tiver próxima parada, pois pode ter sido
A última  chance nessa jornada.

E as primaveras de espera são longas demais!
Até que um dia a morte chega para fazer troça

Dos fracassados que perderam a última parada
Pois é chegado o fim da estrada.
 
Quantas almas sacrificadas  vivem tristes e

Enclausuradas rendendo loas à  infelicidade
Porque perderam a derradeira parada
Resta-lhes esperar pelas flores deixadas.
 
 




Nota da autora:  Dedico ao meu pai Altino Alves que  há exatos 32 anos nos deixou. Eu ainda era criança, mas lembro -me de como ele tinha sede de viver!  Usava a metáfora  de que o trem não espera por ninguém para  referir-se a  vida, pois quem  dorme no ponto perde o trem da vida!  Hoje,  entendo que  tudo que queremos é ser feliz e as coisas que pensamos nos trazer tal felicidade, acabam sendo subterfúgios para nos desviar do caminho da verdadeira felicidade. Ele morreu com 45 anos de idade e a saudade é imensa! 
 

 
Imagem do Google.