Diálogo entre dois mudos
Em noite de vento, dois amigos partiam, diálogo entre tais almas, num ritmo lento e eles iam, aonde o destino os parta. Ao sair eles se olhavam, os nervos acalmavam. E quebrando o silêncio, dialogavam:
Ele. Oi como vai, o tempo corre mas não cai, parece que do lugar não sai.
Ela. Realmente, parece imprudente, mas o tempo é insistente,
Ele. Como foi o seminário? Tudo dentro do horário, apesar da minha cara de otário.
Ela. Ora nada de se xingar, não tem nada haver, é só parar
Ele. Parar que o que? É pra valer, basta perceber!
Ela. Sempre percebi seu jeito bocó de ser, mas quer saber? Tem um charme a merecer.
Ele. Assim eu fico envergonhado, mas de fato, é drama ao quadrado.
Ela. Mais um dia, quem diria, mal começou e já sabia que terminaria.
Ele. De fato encerrou, como relacionamento também acabou, tudo tem fim e se terminou.
Ela. Acontece, você merece, mas tudo que morre um dia novamente floresce!
Ele. E um viva pro otimismo! Só você pra não me deixar no abismo (Vamos sair, eu insisto).
Ela. Então vamos nos juntar e brindar, estão todos naquele bar.
Ele. Sei que não gosta desse tipo de reunião, mas é pra manter a sala em união (Prefiro que a gente saia, me dê a sua mão).
Ela. Verdade, não me encaixo, sinto um ambiente cabisbaixo, junto com a bebida do mais baixo.
Ele. Mas ainda sim é um luar interessante, num céu tão brilhante (Só seria melhor com sua companhia constante).
Ela. Uma noite espetacular, não tinha jeito melhor dela acabar, e então, o que há?
Ele. Nada de especial, apenas o de sempre, um final, afinal.
Ela. Mesmo sendo independente, há muito bêbado insolente, o que acha de ser meu cavaleiro valente?
Ele. Como recusar parceria com tal amizade? Ei de ser o seu estandarte (Pra sempre e sem descarte).
Ela. Então aqui está minha mão, sem truque e antemão, vamos antes que a bebedeira me deixe em depressão.
Ele. Uma oferta irrecusável, com uma donzela tão amável em uma noite tão agradável.
Ela. Sou donzela mas não pra de elogiar, a não ser que o blush queira corar, estou de sapatilha mas sua mão quero dar.
Ele. São dois anos de laços, um no outro nos nossos passos (Queria que houvessem entrelaços).
Ela. Hora sempre haverá nossa intimidade, de verdade, és amigo até na calamidade.
Ele. Sinceridade é meu ser, é meu jeito de me fazer (Poderia acontecer).
Ela. Carro vem e carro vai, trupica mas não cai, o que acha que o futuro atrai?
Ele. Sempre fora incerto, então não internalizo tão de perto, nunca se sabe ao certo.
Ela. Nisso tenho que concordar, é ouvir e escutar, mas a ansiedade é de matar!
Ele. A vida proporciona coisas inesperadas, não podendo tomar medidas precipitadas, antes pequenos passos que paradas.
Ela. Sabiamente e filosofal, rebelde de mente fenomenal, meu melhor amigo selvagem animal.
Ele. Como elogio eu acato, mas não deixo barato, não sou nenhuma pedra no sapato!
Ela. Palavras nos meus lábios, mesmo com ditames tão sábios, parece até velhos alfarrábios.
Ele. Pode crer, pode ser, mas nunca vai acontecer!
Ela. Não era quem disse de destino sem destino? Da motivação não sobrou um pingo? Reaja! Não seja tímido!
Ele. Chegamos até onde os olhos podem acompanhar, agora é em casa chegar, pessoa trabalhadora merece descansar...
Ela. Fim da estrada, o que fazer? Obrigado pelo apoio, só tenho a agradecer e boa noite meu "cavalier"
Ele. Boa noite e até uma nova aurora, tenho que ir embora, então mãos a obra!
Ela. Andou distraído, realmente é despedida, ainda não estou comovida, não tem nenhuma frase perdida?
Ele. Suave e tranquilamente (Ele mente) é só mais uma noite que se resolve com aguardente...
Ela. Espero, que sejas sincero, não como um certo Nero
Ele. Por que de mentir? (Não quero partir) (Quero te chamar pra sair!)
Ela. Então é um até e até lá, em segurança deve chegar e quando chegar, mensagem mandar...
Ele. Sempre cumpri o prometido (Estou omitindo) Quando não mais ver já terei partido
Ela. Obrigado novamente, foi uma noite calma e quente (Será que ele mente?)
Ele. Vós agradeço por acompanhar (Mas eu não quero aqui parar, preciso falar).
Ela andava e cantarolava, estava sã e salva, ele voltava com arrependimento, entristecido e de momento, pior que amor ciumento.
Ciúmes não podia ter, acabou de se conter, mas ela nunca mais iria ter.
É uma história com uma grande lição, e você tem grande missão, o pior arrependimento é omissão.
Eles se conheciam, se mereciam, mas nunca se amariam
Faltou fala e coragem, o destino e sua malandragem, trama e sacanagem.
Aqui acabo com outra paixão, pois faltou ação, colocar em prova a emoção.
Era um sopro de vento que estava por vir, um amor que sopra até sumir, só precisava chamá-la pra sair.
Esse é o diálogo de quem não sabe falar, houve fala até cantarolar, mas faltou saber amar.
Falaram como se nunca tivesse fala, estava fadada, de boca falante mas de alma calada.