Quando o vívido se torna fraco
Tirei um dia para escrever meus versos, tão límpidos em sua essência. À moda antiga, peguei um papel e admirei a caneta, simples em sua complexidade.
Enquanto escrevia, refletia sobre as surpresas do cotidiano. Os vitoriosos, por vezes, se afetam da pior forma. Como se eles sabotassem o próprio estado.
Não quero ser crítica, muito menos carrasca. Apenas desejo ressaltar o quão misteriosa é essa virtude chamada vida.
Eu me sabotei. Eu me senti superior quando meu ego me chamava pra dançar e, bem, eu sequer pisava em seus pés. Acontece que sou apenas uma menina, jovem e cheia de sonhos, esperanças cegas.
Meio de relance, percebi que meus pensamentos eram sérios. O peso da consciência, mesmo que não só minha, adormece meu ser.
Ser bom em algo te traz carga. Tal bagagem é íntima, sobretudo previsível.
Pensem comigo: Um milionário. Ele passou anos de sua vida para conquistar uma fortuna, seja por meios honestos ou não. Quando o social transmite força, o ego entra em cena.
Eu me sabotei. Perdi amigos, amores e sentidos. Porém, sou apenas uma menina com uma caneta na mão. E devaneios. Receios.
A prepotência me sabotou. Quando enfim larguei o papel, a mente e a lágrima.
Os versos não me descem.