Simplesmente amor

A noite namora telhados e deixa as janelas saberem dos romances.

São como quadros que emolduram rostos e às vezes apenas saudades de olhares. As flores brincam de umedecerem-se com o orvalho e fazem amor no balanço calmo que a brisa provoca. As estrelas povoam o céu de teu olhar. Eu meteorito em queda na atmosfera de teu querer, me desintegro incendiado pelo desejo. Assim como a noite, namoro em teus beijos.

Chão respingado de luar, por entre folhagens do jardim, se faz de cama e me estiro junto a ti, cobrindo-me de tua nudez. Quero seios apertados no peito, coxas entrelaçadas de jeito.

O tempo escorre nos ponteiros fazendo minutos se multiplicarem em horas. As noites se fazem de sonhos, outras tantas de realizações. Hoje te quero inteira e sem pudores. São nossos, os nós dados, nas cordas das vontades. Desatá-los é próprio de nossa intensidade e capacidade de amarmos, usufruindo a noite que cambaleia sonolenta inventando boemia nas ruas, enquanto nos encaixamos em carinho e entrega total.

Os cantos contam de esconderijos e em meio a luzes e penumbras, a cidade se faz de sentinela e fuga. A noite rumina poemas e paixões.

As esquinas se dobram para dar sentido as surpresas e levar a lugares diferentes. Eu aqui perdido em mim, junto com você, me desdobro e me encontro em ti. Somos pele em poros se unificando, em sonhos se edificando. Simplesmente amor!

Takinho
Enviado por Takinho em 08/01/2019
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T6545969
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