Massa Sovada
Melhor que viver da espera de ser aceito por um deus de pernas e braços, é sentir-se sovado pelas mãos onipenetrantes que a intuição sinaliza ser do Arquiteto Maior.
Toques umidificados de amor, contato apaziguador, brisa amorosa que dá a liga para a massa e as mãos sem forma serem, que aquieta a Alma da vontade de ir antes do tempo desta para a outra , permitindo vir à tona os sentimentos soberanos da aceitação e da paciência, submetendo a vontade indomesticável à lei implacável do destino. Alma que se sente no corpo de gente, e vive. Faz arte, não se envergonha dos passos curtos dados.
Se não fosse isto, nesta vida estéril para o riso singular, Deus permaneceria no camarim a espera para o atuar, compassivo. Namoro amoroso da esposa, Rosa de Saron que germina.
Cuidados que a mônada não se enfastia de receber. A Alma se mantém unida ao Todo num enlace caprichoso, não se sabe como, mas no interior da Casa há a prática da fecundação e do abraço, da Alma para com ela, em Deus.
A vida se completa, o Todo é sentido na individuação do homem, desaparece o abismo, o buraco ilusório que separava a Alma dela mesma.
A ridícula e nefasta praga da alienação, fragmentação, separação no interior que a modernidade dos tempos condenou-o para ser infeliz, ganha expansão. Maldita!
Nesta intimidade é passar assistir ao espetáculo da vida sem a visão dos olhos, por trás da cortina que mantém no mistério a realidade, e não se importar mais.
Saber sobre o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. Para quê...pressa?
Tomai o céu à força. Os tímidos não herdarão os céus. A alegria é o caminho. O Amor é a essência, a finalidade, é o fim da Lei.
Nascer é sentença condenatória do não ter vivido na Lei do amor. Morrer é o resultado da tarefa malfeita para consigo.