O OLHAR DE UM POETA.

Este meu olhar de poeta, olhar de quem deseja, olhar de quem sonha, olhar de paixão.

Há no olhar de quem ama um lume todo ofuscante, no de quem está sendo amado encontra-se um indescritível reflexo de contentamento. No âmago de quem ama tudo é perfeito e maravilhoso, na alma de quem está sendo amado tudo se traja de igual beleza.

Admirei-lhe já do primeiro olhar um talhe esbelto e de suprema elegância, e lá estava o beija-flor, aquele mesmo de outrora, e por tal motivo, tentarei da melhor forma descrever toda a suntuosidade deste magnífico pássaro que, aos meus olhos, transformou-se em uma linda mulher.

Os lábios formosos foram esculpidos com delicadeza e desejo, de sua rósea face emana a mais doce fragrância, a sua pele é como de rosas, os cabelos fúlgidos e mágicos, tem em seus fios o encanto e a graciosidade do de uma sereia. Nos olhos cintilantes assoma-se um cosmo de estrelas etéreas, tão sensuais quanto a própria sensualidade.

Este meu olhar de poeta, olhar de encanto, olhar de quem ama, olhar de um simples e singelo.

Somente um artista em doce melancolia poderia criar uma obra tão perfeita em seus detalhes, talvez algum poeta insano consiga ver neste angélico ser, uma mulher desnuda a arte e ao prazer. Talvez em teus lábios floresçam um tímido sorriso, apenas um, mas qual é a mulher bonita que não sorri a um elogio espontâneo e a um grito ingênuo de admiração? Se não sorri nos lábios o faz no coração. Sou um poeta apaixonado vencido pela sua beleza dos olhos deste beija-flor e pela formosidade de sua face. És um raio de luz a embrenhar-se na escuridão, as estrelas dançam ao teu redor, à tua voz é semelhante ao cantar dos anjos que suavemente derrama-se pelo infinito do universo do meu ser, o teu perfume é inebriante, dele as flores embebedam-se de prazer.

Amor do amor, que na sua pureza augusta flechou-me o coração ea alma, e essa ferida que desatina o meu ser tem a sua cura em teus divinos lábios de mel silvestre. Talvez a esperança a traga nas asas do vento um beijo seu, mas se não o trazer, contentar-me-ei com a imaginação desse doce lábio de mel.

Este meu olhar de poeta, olhar de inocente criança, olhar de quem canta, este meu olhar de inocência perdida.

Fazer nascer um desejo, nutri-lo, desenvolvê-lo, engrandecê-lo, irritá-lo, afinal, satisfazê-lo diz Balzac, é um poema completo. Você linda beija-flor, compõe esses poemas divinos com apenas um olhar, um sorriso, um gesto, que de aromas sublimes arrancas da lira do amor as notas de um ainda maior.

Perdoe-me a falta de palavras para descrever todo esse seu universo delirante de sua beleza, falta-me a inspiração necessária, e por fim, as empresto dos grandes mestres, peço-os educadamente licença para os compartilhar, e as transcrevo neste pequeno momento, neste dia intranquilo.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 07/01/2019
Reeditado em 07/01/2019
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