PÁSSARO EM SERVIDÃO VOLUNTÁRIA
Entreguei-te amor, colhir indiferença e silêncio
Sua face é uma máscara,
Ocultas teus sentimentos e desejos
Coração duro e gélido!
Não conhece o sentido do amor
Que está à sua vista e despreza
O que fiz para merecer essa faca,
Adaga que fura, apunhala até o
O espírito e a alma.
Minhas côncavas pálpebras cansadas e
Tão cheia dessa vida,
deságuam rios de lágrima de sangue.
Descolaria meus olhos se fosse preciso,
Mas necessito para enxergar-te e sentir-me
Que ainda há esperança nesse amor!
Ah! Essa dor e rastro da tua solidão
desatina a face e faz-me escrava
do teu alento e acalento.
Sinto-me um pássaro preso
Na gaiola do vazio, sem luz e ar
Meus estridentes clamores
não se ouvem no azul infinito do céu.
Desejo-te, anseio-te o calor dos teus
Braços, beijos que me traz o sopro da vida!
Será que de tão, tão distante onde estás a habitar
Pode ouvir-te? - Vem socorre-me!
Abrir a gaiola da minha vida e libertar-me das amarras e grades do meu coração.
Quero alcançar voos altos e plenos.
Os espaços infinitos e sem limites que levam-me
Aos caminhos ténues da liberdade!
Buscar as rotas, vias, trajetos que permita-me encontrar com o meu eu.
Só peço-te e implore -te: - Se ouvires esses chamados não ignore e nem haja com indiferença.
Aos clamores desse coração aprisionado de amor
por ti.
A tua passará apaixonada, aguarda-te!
Não renuncie aos sons do coração,
que pulsa ritmicamente e anseia sua presença.
Que possamos voar para ninhos do firmamento, onde somos eternos parceiros no amor, na vida e na poesia linha terna e tênua que nos uniu.
Que esse Eu-poético que palpita nos corações nunca
faça perder o sentido e à essência do verdadeiro Amor!