Rios por florestas humanitárias
A vegetação tal qual flâmula, se estende verde cobrindo chão;
Hesita ao toque da brisa afoitada. Calmamente vê os sóis e luares despontarem no céu e faz de sonhos, as estrelas cintilantes e o orvalho matinal. Tudo vive sob as mãos do Criador. Decai quando é hora, reergue-se em vivacidade obedecendo à mesma ordem.
O rio se estica correndo água e serpenteia por entre árvores.
Parece cantar em calmaria, nas notas doces de pingos em multidões.
As pedras se lavam e em silêncio, lentamente vão sendo sulcadas.
É assim, a vida dos seres: rios de reações, levando sobras e lavando nódoas das atitudes, para moldá-los de acordo com a beleza que lhes convém. Vida é merecimento. Viver é dado a aprimoramento individual.
As intempéries e lutas existem para que se descubra que a paz é necessária. Que os valores reais são entendidos, à medida que se coloca toda dor alheia no seu próprio colo.
O rio relata prazeres de poder mitigar a sede e levar fertilidade às margens. Conta de plantações vicejando, imperiosas primordialmente, pelo labor do lavrador. A terra gera sementes inexauríveis e as transforma em frutos, assim como o indivíduo em sua essência e capacidade, pode gerar amor e solidariedade e fazer de rios e terras o seu cultivo maior, que é plantar serenidade para o bem comum. Seja em qualquer lugar que estiver. Que a necessidade de uns, seja suprida e banhada pelas águas intensas do outro, que tem maior recurso para fazer seu rio serpentear, pelas florestas humanitárias, onde cada alma se compraz em manter perspectivas, sentados à mesma margem, cada qual com suas peculiaridades e maneiras. O rio segue sonhando mar.