NEM SAUDADES....
Ah! Em falésias meu corpo desliza...
Sangra! Garras cruéis somatizam
Às feridas que me arranham.
Queda livre...escorrego nas escarpas,
Indefesa, o apoio me escapa...
Pedras soltas me arrastam.
Abaixo, o mar, revolto e feroz,
Ondas batem nas rochas
Inclementes, em força atroz,
Aguardam minha queda final.
Sabor de perda... Gosto amargo
Na boca...
Netuno sorri! Indiferente afago
Aguarda-me nesse mergulho fatal.
Lágrimas inúteis...
Diante do Soberano, gotas fúteis.
Vãos esforços de retê-las! Nem posso!
Gotas de sal
Em águas salgadas.
Sereias me olham penalizadas
Caindo no vazio do abismo.
Eis o que restou...já nem sei! Cismo,
Que garras de águia me resgatam...
Tão amargo o fim de vida.
Se volto à margem escarpada,
O que terei senão o frio nada
Se até saudades levaste em tua partida?
NAJET
15/07/2017
