A VARANDA DO MEU OLHAR
A VARANDA DO MEU OLHAR
Da varanda do meu olhar...
Almejo a noite, minha esperança
por ti perder-me no esperar...
.
Ás vezes penso ter tempo para tudo
na vida
E ao acordar sinto que a vida me passa
ao lado.
.
Como posso eu dormir se te amo,
se quero eternizar todos os nossos
momentos mais íntimos
Se estou por ti apaixonada até às mais
ínfimas profundezas do meu ser.
.
Vá, diz-me? Como posso eu deixar
o tempo a passar
sem que nada faça para o tempo,
o nosso tempo... Compensar.
.
E, nas vielas da minha alma
vai-me uma infinita angústia
que me devora as entranhas
amordaçadas por um tempo de espera
que lentamente me vai conduzindo
à loucura.
.
Da varanda do meu olhar, sinto-me
enferma, acamada
presa à vida.
A vida: que como todo tempo,
te passou ao lado
suave e despercebida
e já não tens mais tempo
nem mais vida
Sobra-te um instante, um só momento
entre a chegada e a partida.
.
A distância e o tempo, suavizaram
a paixão.
E o belo sempre fora mais simples
confuso, será amar-te sem te sentir
no coração.
.
E no tempo: no tempo ninguém manda
nem no coração.
E a vida: a vida sempre será um eterno
regresso a casa.
.
Da varanda do meu olhar...
Almejo a noite, minha esperança
de te poder sentir, abraçar
como dantes fora eu uma criança
na ânsia do meu desejar.
.
(Juntei palavras soltas de poetas desconhecidos)
Maria Tecina