Sobre ser intenso

Os sentimentos são potencializados nas mãos de quem escreve. Mas nem sempre os intensos são compreendidos.

Há quem tenha medo de um intenso, achando que há nele um descontrole, um exagero.

Não precisa ser nenhum grande pensador para se dar conta de que a vida por si só já é um exagero, um escândalo.

Nós, os intensos (sim, me classifico como tal e quem me conhece BEM sabe que sou) apenas deixamos a vida fluir, as coisas acontecerem, mesmo com medo. O medo não nos paralisa.

Em grande parte, os intensos já tiveram contato com a morte e é essa certeza da finitude que lhes dá essa pressa de viver, mas não confunda isso com irresponsabilidade (os irresponsáveis são imaturos).

Os intensos, por sentirem demais, já estão acostumados a lidar com o que sentem. Vivem as “quatro estações” da alma em poucos minutos.

Eles não conseguem se privar de verbalizar o que lhe acontece dentro do peito. Muito menos se tolhem de viver seus desejos e sonhos.

Estes seres interessantes sabem que tudo passa, inclusive amores, dores, prazeres e principalmente o tempo.

Não carregam mais que o necessário, não há espaço para frivolidades. Tudo tem que ser leve.

Tem uma capacidade linda de chorar e sorrir ao mesmo tempo. De se desconstruir e se reerguer em poucos dias. De amar e esquecer antes mesmo que você perceba (quando não correspondidos, não ficam onde não são desejados).

Ser intenso não é fácil, dói. Mas a cura nos vem na mesma proporção, senão mais, mais e mais.