E a vida vai branquejando

E a vida vai branquejando

Queria deitar-se na imensidão dos sonhos

Estes que teimam em esconderem-se

Em algum lugar perdido

Difícil encontrar este lugar,

Difícil procurar além do que os olhos podem ver

Quanto mais triste, mais melancólico fica

Treinando os lobos famintos

Para devorar a última criatura viva

Criatura esta que vive entre um pensamento e outro

O lambuzar do doce já não atrai mais

A esperança é um afago, mas já nem se sabe por que se tem esperança

Lamurias, angustias, tormentas

Amores que se foram e pessoas que se perderam

Longe de tudo e longe de todos

No caminhar com as pernas exaustas

Tirania, ira, fogo... Engaja em retirada

A paz que não fora encontrada

A escuridão estampada

E o frio que corta os lábios.

Ventos do sul

Ventos de dor

Ventos de terror

O que esperar quando não há propósitos

O que fora perdido não voltará

E o que resta são apenas olhos entristecidos.

SILVIA F SOUSA
Enviado por SILVIA F SOUSA em 16/12/2018
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