E a vida vai branquejando
E a vida vai branquejando
Queria deitar-se na imensidão dos sonhos
Estes que teimam em esconderem-se
Em algum lugar perdido
Difícil encontrar este lugar,
Difícil procurar além do que os olhos podem ver
Quanto mais triste, mais melancólico fica
Treinando os lobos famintos
Para devorar a última criatura viva
Criatura esta que vive entre um pensamento e outro
O lambuzar do doce já não atrai mais
A esperança é um afago, mas já nem se sabe por que se tem esperança
Lamurias, angustias, tormentas
Amores que se foram e pessoas que se perderam
Longe de tudo e longe de todos
No caminhar com as pernas exaustas
Tirania, ira, fogo... Engaja em retirada
A paz que não fora encontrada
A escuridão estampada
E o frio que corta os lábios.
Ventos do sul
Ventos de dor
Ventos de terror
O que esperar quando não há propósitos
O que fora perdido não voltará
E o que resta são apenas olhos entristecidos.