AGRESTE MINEIRO
Sol ardente, terra seca,
montanhas azuis e distantes
E um barulho de pequenos riachos
Que descem por entre os juncos
Na beira da barranca,
um terreiro sujo,
com pedaços de pau e sabugos
espalhados pelo chão
Um paiolzinho feito de bambu,
coberto de sapê
Uma porteirinha feita de arame,
e um pequeno coxo para debulhar
o milho para o Ligeirinho,
um burro já envelhecido
Uma casinha branca,
com a barrada toda amarelada de sujeira,
devido aos respingos das chuvas
Um telhado feito com telhas de bica,
todo escuro, devido à fumaça do
fogão a lenha
Na cozinha, um pau piúca no canto,
do antigo e aquecido fogão
que lentamente vai queimando e
mantendo a água morna.
O canto dos pássaros na moita de bambu
localizada no fundo da barranca
É sinal da resistência pela vida naquele lugar
Debaixo da mangueira,
juntamente com o galo Xitão,
a galinha Girassol,
e o cachorro zangado,
dorme tranquila e sossegada,
a Lorena, uma cabrita que não deixa
faltar o leite para as crianças.
Na sombra do lado direito da mangueira,
Frederico, um porquinho gordo,
ronca firme à medida em que a tarde vai avançando
O sol vai castigando,
o silencio paira naqueles ares de Serraria,
uma cidadezinha do agreste mineiro.
É isso aí!
Acácio Nunes