AGRESTE MINEIRO

Sol ardente, terra seca,

montanhas azuis e distantes

E um barulho de pequenos riachos

Que descem por entre os juncos

Na beira da barranca,

um terreiro sujo,

com pedaços de pau e sabugos

espalhados pelo chão

Um paiolzinho feito de bambu,

coberto de sapê

Uma porteirinha feita de arame,

e um pequeno coxo para debulhar

o milho para o Ligeirinho,

um burro já envelhecido

Uma casinha branca,

com a barrada toda amarelada de sujeira,

devido aos respingos das chuvas

Um telhado feito com telhas de bica,

todo escuro, devido à fumaça do

fogão a lenha

Na cozinha, um pau piúca no canto,

do antigo e aquecido fogão

que lentamente vai queimando e

mantendo a água morna.

O canto dos pássaros na moita de bambu

localizada no fundo da barranca

É sinal da resistência pela vida naquele lugar

Debaixo da mangueira,

juntamente com o galo Xitão,

a galinha Girassol,

e o cachorro zangado,

dorme tranquila e sossegada,

a Lorena, uma cabrita que não deixa

faltar o leite para as crianças.

Na sombra do lado direito da mangueira,

Frederico, um porquinho gordo,

ronca firme à medida em que a tarde vai avançando

O sol vai castigando,

o silencio paira naqueles ares de Serraria,

uma cidadezinha do agreste mineiro.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 07/12/2018
Código do texto: T6521155
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