O ANOITECER
O Sol vai descendo, com seus raios enfraquecidos, a claridade pouco a pouco diminuindo. O horizonte vai se tornando alaranjado, tênue, avermelhado, os montes se ofuscando. A tarde se envolve em sombra, a aragem da noite, vai surgindo, os pássaros em bandos voando, procurando o seu abrigo, onde fixaram suas moradas, abrigando-se do frio ar da noite que vem chegando.
Os picos das montanhas, já envoltos em neblinas ou densas brumas. As primeiras estrelas aparecem pálidas, sem luz, sem cor e sem brilho. Amantes noturnos, corujas piam e urutaus soltam seus lúgubres e soturnos cantos. As onças-pardas, ou suçuaranas, os lobos guará, os quatis, os saguis, seus abrigos, apressados, buscam.
A noite chegou, como um manto escuro cobrindo o dia, os astros tremulando no céu exibindo seus faiscantes brilhos. A lua prateada, meio encoberta, logo se livra de nuvens azuladas, dá um tom de melancolia.
Dissiparam-se as névoas, desapareceram-se as brumas, o céu de azul se tingindo.
O dia se esmaece, a noite esplendorosa e aveludada desce.
No belo firmamento, acompanhada de milhões ou bilhões de faiscantes estrelas, a Lua, bela e prateada, grande e redonda, se mostra em esplendor.
A abóbada da noite está posta, para alegria dos namorados, apaixonados e cancioneiros, com suas cítaras compõem lindas canções de amor.
Os sinos das capelas repicam em triste tom, nesse solene momento, é a hora das badaladas da Ave Maria, celebrando o fim do dia. . .
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