Desastre dos livros
ouvi de um professor e de outra, que ambos não gostavam de ler (...)
meus ouvidos sangraram e ainda sangram
...
categoricamente disseram que tal estupidez [ considero eu ] era uma particularidade e que alma alguma nesse ou outro mundo tinha de se intrometer nisso
meus olhos que não podiam observar o sangramento auditivo, choraram
...
minha boca, que não pretendia se calar, falou aos berros, enquanto meu corpo girava em 360 graus
minha mente que pontualmente necessita de frases formadas com palavras, agora, interrompe brutalmente sua geração de energia para associar esse turvo sentimento - esse envolvimento que clama ao coração mais pulsação e, tão rápido como o vento, me faz agonizar em segundos
tudo, não dura mais que um minuto, desde a desastrosa captação outiva
procuro uma porta aberta
saio, mentalmente correndo e ofegante
...
d'outro lado, numa daquelas magia do acaso:
dou uma trombada num carrinho de 'mercado abarrotado de livros
esculturalmente empilhados
e transportados
por um menino e uma menina
...
duas pequenas almas que se dividiam na diversão
de braços esticados acima da cabeça
enquanto guiavam a máquina de ferro
era um valioso e importante peso
disseram elas, as pequenas criaturinhas
como se fossem barras de ouro
naquele instante, rumo à biblioteca'''