Dores reiventam amores
A tarde se declina em linhas de horizontes se pintando de réstias de sol. O céu tal qual pano de fundo, imenso, observa nuvens brincando de desenhos brancos. Pena que a noite não sabe colorir, senão de preto.
O bom, que desnudas estrelas e as cola no pano de fundo.
Pensamento vagueia nos campos vastos da imaginação, de mãos dadas com a nostalgia das horas indo trocarem de turno.
Arredores dos quintais, onde a alma cultiva emoções, pingam lágrimas, nas páginas lidas das histórias vividas.
Todas as pessoas são donas de entardeceres e de luares vestindo pratarias na noite dos amores. Há quem vive intensamente, cada amor surgido; Outros apenas brincam e depois ruminam saudades e lamentos.
Vida é dada a audácias e receios. Em meio termo, vida é corda bamba, ora com proteção no caso de prováveis quedas: familiares, amigos, amores. Ora sem esses colos confortáveis, porque por algum motivo, nos ausentamos de cativar pessoas. Outras vezes são elas que se ausentam da gente. Haja vista que fugir é quase sempre covardia, exceto em caso de violência.
Misto de beleza e tristeza, o crepúsculo é o amanhecer no outro lado do globo. E lá se vai a tarde, cambaleando na hipnose da noite, que acena com sombras se fechando. Tantos olhos se arregalam para cautelas minuciosas; Tantos esconderijos nos seres se fazem. Em todos e em tudo, um universo de pedaços de planos e expectativas. Os dias se cumprem e vão amar a noite. Nós nos exercemos em prol de vivenciarmos o que de melhor seja para nós, mesmo quando presos na desilusão. Às vezes os amores existem para provocarem dores; E as dores para reinventarem amores. Aqui em mim, pensamentos ainda galopam garbosos, sobre o dorso de tantos monólogos.