SAUDADE

SAUDADE

Chegou sem avisar. Era madrugada. Instalou-se na cama sem cerimônias.

Falou, cantou, andou, correu, riu, chorou, tomou todo o espaço, por fim murmurou, vou ficar por aqui, e assim foi. Na aurora levantou-se, lépida, foi-se subitamente, sem despedir-se e sem dizer onde ia. Impressionantemente deixou rastos, aroma de rosas. Abri os olhos, há muito despertos, o dia me aguardava. A saudade, com certeza voltaria, para de novo, dormir ou não, comigo.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/11/2018
Reeditado em 27/11/2018
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