TARDE BUCÓLICA

As árvores escondidas em meio a neblina fria gotejavam sem parar

As gramíneas todas tomadas de orvalhos que eram abastecidos pela garoa

Os pássaros todos encorudados embaixo das ramagens das árvores

Até as garças boiadeiras não foram acompanhar o gado nas pastagens

Os cavalos estavam silenciosos embaixo dos arboredos que gotejavam sem parar

O branco da neblina escondia as outras casas, o topo das árvores e dos montes

Mal dava para enchergar alguma coisa numa distância de cinqüenta metros

Pelos trilhos fundos do gado descia pequenas linhas de água cristalina

Por toda parte estava tudo encharcado

Uma vez ou outra um som rouco de trovão soava em meio a densa neblina

Da janela da cozinha de casa, sentado na taipa do fogão à lenha eu curtia aquela bucólica cena,

Comendo bolinhos de chuva com açucar e canela

Leite quentinho com café, acompanhado de um mundo silencioso que pairava naquela tarde

Dia de chuva e frio no sertão é assim!

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 21/11/2018
Código do texto: T6508327
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