TARDE BUCÓLICA
As árvores escondidas em meio a neblina fria gotejavam sem parar
As gramíneas todas tomadas de orvalhos que eram abastecidos pela garoa
Os pássaros todos encorudados embaixo das ramagens das árvores
Até as garças boiadeiras não foram acompanhar o gado nas pastagens
Os cavalos estavam silenciosos embaixo dos arboredos que gotejavam sem parar
O branco da neblina escondia as outras casas, o topo das árvores e dos montes
Mal dava para enchergar alguma coisa numa distância de cinqüenta metros
Pelos trilhos fundos do gado descia pequenas linhas de água cristalina
Por toda parte estava tudo encharcado
Uma vez ou outra um som rouco de trovão soava em meio a densa neblina
Da janela da cozinha de casa, sentado na taipa do fogão à lenha eu curtia aquela bucólica cena,
Comendo bolinhos de chuva com açucar e canela
Leite quentinho com café, acompanhado de um mundo silencioso que pairava naquela tarde
Dia de chuva e frio no sertão é assim!
É isso aí!
Acácio Nunes