VELHICE ESPERADA
Estremeço, a idade avança...
Olho para trás e vejo uma criança, uma bicicleta, uma praia, a diversão...
Olho pro lado, ninguém!
Olho pra frente, nada!
Eu acreditava
que a velhice
traria uma sabedoria extensa.
Teria muitas experiências bacanas
E quando as rugas chegassem
Cada uma delas
Seriam caminhos percorridos.
A idade avança...
Estou triste...
Cadê a sabedoria?
Quê experiências, que não reconheço,
Estarão em mim?
Ainda não há rugas
(Então não há caminhos)...
Será que esperam
Ou espiam?
Estremeço, só.
Olhar ao longe
Como o marinheiro
Olhando o seu navio partir.
Espero as rugas
E além disso a sabedoria
que a velhice pode trazer
Temo,
que não cheguem
experiências adequadas,
para que em minha pele
Hajam caminhos.
Aqueles caminhos sinuosos
que se dividem...
Estremeço, só!
Milena Medeiros
20/Nov 2018
19:07h
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