"Fecundo-me"
Já findou a noite, entro na madrugada liberta dos pecados, eu os deixei no dia passado. Estão exclusos dos meus pensamentos e distantes do meu próprio julgamento.
Se cometidos foram, culpa minha ou não, já estão feitos e sujeitos ao esquecimento mortal.
Há uma voz suave que clama, grita meu nome: A-N-I-T-A! Mas eu ignoro, finjo não ouvir. Dou as costas e continuo meu caminho.
Nem sei ao certo se existo enquanto Anita, ou se Anita inexiste diante deste meu eu que grita. Mas deixe gritar, eu não me importo com os ruídos que causo a mim mesma. É confuso, mas é prazeroso sentir esta estranheza do meu próprio ser.
Parece um processo de fecundação: eu me fecundo, eu me concebo a partir do meu próprio prazer. Estranho! Não, não é estranho. Estranho é se sentir oca, vazia. E eu estou explodindo, repleta de coisas que nem eu sei ao certo nomeá-las.
Sinto um prazer inenarrável ao me deparar com o espelho. Nele esboço meu fetichismo, minha libido despojada de suavidade, totalmente nua. Desfaço-me em fios, teço-me lentamente, em viés, em retalhos, por fim me costuro como quem cruza a arte com a própria vida!
* Não tente comentar! Se preferir leia e releia, mas não tente me entender.
Já findou a noite, entro na madrugada liberta dos pecados, eu os deixei no dia passado. Estão exclusos dos meus pensamentos e distantes do meu próprio julgamento.
Se cometidos foram, culpa minha ou não, já estão feitos e sujeitos ao esquecimento mortal.
Há uma voz suave que clama, grita meu nome: A-N-I-T-A! Mas eu ignoro, finjo não ouvir. Dou as costas e continuo meu caminho.
Nem sei ao certo se existo enquanto Anita, ou se Anita inexiste diante deste meu eu que grita. Mas deixe gritar, eu não me importo com os ruídos que causo a mim mesma. É confuso, mas é prazeroso sentir esta estranheza do meu próprio ser.
Parece um processo de fecundação: eu me fecundo, eu me concebo a partir do meu próprio prazer. Estranho! Não, não é estranho. Estranho é se sentir oca, vazia. E eu estou explodindo, repleta de coisas que nem eu sei ao certo nomeá-las.
Sinto um prazer inenarrável ao me deparar com o espelho. Nele esboço meu fetichismo, minha libido despojada de suavidade, totalmente nua. Desfaço-me em fios, teço-me lentamente, em viés, em retalhos, por fim me costuro como quem cruza a arte com a própria vida!
* Não tente comentar! Se preferir leia e releia, mas não tente me entender.