MINHA CASA. 9

Viver ensinando, ensinar vivendo. Aprender vivendo. Minha casa, carícias da terra, benção dos céus. Em seu interior o canto da alegria e a virtude do trabalho.

Ao longe e muito próximo, vozes anunciam alvoradas novas que chegam. Saudades invisíveis traçam a renovação, sempre. Nela mora a bondade.

Os peregrinos confiantes sempre batem às suas portas na coleta da palavra amiga, que luta por ser avisada, limpa e humilde, na força da conquista de saber mais para auxiliar muito.

Casa harmoniosa, bem dita por todos como acolhedora e de bons fluidos; sua alegria é panorâmica.

Outras casas serão também acolhedoras, abençoadas, sem portas ou janelas cerradas, onde andeja a juventude. A felicidade não se expande cercada de restrições ou dissabores.

Minha casa, a casa de meus filhos e de minha mulher, companheira de anos sem fim de braços com a eternidade, sorvendo a troca de afinidades que respeita a individualidade.

Abrigo de nossos filhos.

Filhos; razão de minha vida, fonte única de onde jorra o mel que adoça nossa caminhada, minha e de minha mulher.

Filho, migração do coração para outro corpo, renascimento que sobrevirá, emoção permanente transformadora do agora em alegria, benção futura de viver, porfiar, magia material e espiritual que habita minha casa, aurora das certezas.

Minha casa respira alegria e se alimenta de felicidade permanente.

Sopram os ventos de fortuna incalculável, netos.

Meus filhos fizeram nascer outros filhos, felicidade nunca sonhada, netos, nossa casa visitada pelo paraíso na terra.

Minha casa, igualdade do encontro das permanências na vida, vidas gerando vidas, entrelaçadas na vida, nada que palavras possa descrever.

Minha casa, onde a lua cheia borda em sombras o beiral das telhas em seu abençoado chão.

E as flores de seu pródigo jardim dizem amém.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/11/2018
Reeditado em 11/01/2019
Código do texto: T6500818
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