Despedida

Despedida

Os filhos cresceram, e se foram. Cada um em seu caminho, trilhando o desconhecido universo das próprias escolhas.

De significância restou-me a casa vazia, um par de cachorros - agora envelhecidos, como eu -, as plantas por regar e uma antiga cadeira na varanda.

O entardecer convidava a uma boa xícara de café e cismei de pegar o álbum de fotos das "crianças".

Levei uma almofada para a varanda e me acomodei na minha amiga cadeira.

Naquele abraço aconchegante comecei a folhear o álbum cheio de histórias, de risadas perdidas pelos cantos da casa.

Infelizmente as visitas tinham se tornado cada vez mais raras com o tempo e as risadas, os cochichos e o bolo fresco sobre a mesa da cozinha também.

A xícara já estava pela metade e o líquido jazia frio em seu interior.

O tempo passou rápido demais...

Minhas pálpebras pesavam sobre olhos marejados. Tristeza? Não, saudade.

O álbum cedeu de minhas mãos e foi ao chão com um barulho simples, sem testemunhas e um cochilo gostoso me levou para a Terra dos sonhos, onde a algazarra das crianças era um lugar confortável e feliz, de onde decidi não voltar mais.

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 11/11/2018
Código do texto: T6500035
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