NOVO AMANHECER
Era quase manhã. O pensamento ainda no dia anterior.
O vento riscou a janela, balançou a cortina.
O teto me encarava com o rosto branco, a indagar para onde havia ido o sono. "Não sei. Eu não tenho o endereço. Sequer, conheço bem!".
O clarão anunciou que era tarde para amar. Já que no começo, difícil foi. Agora, é em vão!
Saio da cama preguiçosamente, o espelho com qual me deparo, revela minha ideias descabeladas, cacheadas, prateadas...
Minha cabeça precisa se libertar de você, desvencilhar.
O ruído dos veículos à minha frente me provocam surdez momentânea. O silêncio me cai bem. No silêncio posso pausar e desacelerar.
As 24 horas se arrastam como um saco de areia às costas, tão lenta que alguém deve estar monitorando a câmera. Quando a imagem escurece, denuncia que é hora de não dormir para pensar em você.
A distância se instalou, e eu não sou de puxar de volta. Não sei!
O meu peito é caminho estranho pra você. Tudo que não é dito, é o que mais sinto.