Domingo

É domingo. Uma luz dourada e calma de fim de tarde repousa sobre a cidade que se tornou meu lar. Na minha casa, fracas parcelas dessa luz escorrem por sobre os móveis. Uma brisa fria e silenciosa preenche os espaços todos.

Uma solidão insuportável invade a beleza desta casa vazia. Sou toda lembranças de momentos bons de tempos ruins. O tempo nos concede essa bênção... achar beleza nas trevas do passado.

Diante de mim, numa silenciosa lucidez, desenrola-se o passado e o futuro... como se fossem verdade. E eu, não tendo outro padrão de ações, cubro-me com o edredom e fantasio uma mão segurando a minha para conseguir dormir e suportar existir.