O SONHO.

Foi um sonho,

Apenas um sonho como qualquer outro, pelo menos parecia ser como qualquer outro, no entanto, quimeras do passado assaltaram o meu sonho neste início de novembro.

Parecia simples,

Não havia muito detalhes, o lugar era desconhecido, completamente desconhecido de mim. Havia um quarto, não muito grande, nele, uma cama de casal, lenções bagunçados, e um guarda roupas de cor escura.

De repente o beijo,

Ela, o anjo ledo de outrora, surgiu repentinamente na penumbra, a sua imagem formou-se na minha frente, o olhar luminoso como as estrelas, a rósea face de encantos feiticeiros, a voz como sinfonia divina.

De repente o beijo,

Ela aproximou-se — os sonhos são estranhos eu confesso — suas mãos delicadas tocaram a pele do meu rosto, queimando minha carne em desejos insanos, havia no meu rosto um emaranhado de barbantes que impediam de beija-la, de repente, ao retirar o último fio, eu senti a aproximação dos seus lábios.

Um beijo inesquecível,

Foi inesquecível, quisera eu tornar aquele momento eterno, aqueles lábios ao tocar os meus, as suas mãos a deslisar sobre meus cabelos, o entrelaçar lento de nossos lábios, a frouxa luz daquele quarto misterioso, nossos corpos unidos como se fossem um.

Tudo foi um sonho,

Infelizmente, embora parecesse real, tudo aquilo foi um sonho, terrivelmente maravilhoso e inesquecível, sentir a doçura daqueles lábios, sentir o calor ardente daquele corpo no meu. Quisera eu, ter todas as noites o mesmo sonho com o anjo ledo, quisera eu.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 01/11/2018
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