Deserto frente ao manancial

Sol escaldante no tédio dos afazeres diários. Rotina, cercanias do egoísmo nas deliberações hierárquicas. Misturam-se papéis guardando tintas, dos requerimentos e ofícios que legalizam burocracias. Sob o aval jurídico, protocolizam documentos e arquivam intenções de melhoria. Amiúde discussões que não levam a nada e exoneram capacidades. Há tantos espinhos na grafia dos pareceres sociais, que a necessidade parece nem existir. Falas entrecortadas pela troca de olhares, quando os mandatários, sugerem cautela. Pior ainda, quando os procuradores que rodeiam, sugerem ordens explícitas de se fazer vingança; Esta que ocorre na democracia dentro das salas das edificações públicas. Famílias se beneficiam, enquanto outras se atrofiam na ordem imposta pela injustiça. Quem tem poder, exerce distinções. Pouco vale os estatutos, regimentos, conselhos, portarias e secretarias, artigos constituintes de um processo legal, que tenta viabilizar condutas para melhor desimpedimento e faculdade de exercício em prol do povo.

Há um deserto frente ao manancial dos poderes concentrados, em punhos fechados. Tanta mediocridade, tantos relatos e nada se atenta em soluções. Favorecimento é sinônimo de quem votou na situação. A cidade se parte nessas governanças de interesses pessoais. Por isso a nação fragmentada em conjuntos urbanos, se vê corrompida, porque a cartilha expedida é a mesma de toda chefia humana em nome da ordem e progresso. Estiro-me ao sol do tédio, dentro do prédio que executa leis; E acompanho o andar da carruagem, nas estreitas estradas das ideologias sociais, colocadas em programas e sistematizadas para serem usufruídas coerentemente, mas só que infelizmente, na maioria das vezes, não acontece.

Anoiteceu. Seguem comboios de sonhos no cansaço das pessoas.

Takinho
Enviado por Takinho em 30/10/2018
Reeditado em 04/12/2018
Código do texto: T6490508
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