Exercício de leitura: Poesia diretamente da fonte
- Duas borboletas beijando as flores do Cambará amarelo.
Preta e vermelha as cores das borboletas.
- Canta lindo um conhecido sabiá lá no alto do pé de Ipê .
- Uma folha de mangueira cai e dança ao vento sobre o piso de madeira, encantando o gato.
- O coro dos pardais
- Rumo a roça de girassol, duas maritacas cruzam o céu tagarelando em seu estranho idioma.
- tremulam as águas azuis da piscina, onde se espelham quatro palmeiras
- Ao lado da rede de onde escrevo este inventário, uma antologia poética de Herman Hesse e o dificílimo de se ler, Ser e Tempo de Heidegger, o marcador repousa em algumas páginas depois do belíssimo prefácio de Emmanuel Carneiro Leão. Tudo que capitei até agora: Ser no mundo, Ser para outro e Ser para a morte.
- Gritaria nas árvores e no telhado. Um gavião ronda o quintal e assusta os passarinhos.
-Um menino chamado vento, brinca neste momento, espantando as nuvens de chuva.
- As árvores balançando ao vento, parecem conversar por mímica.
- Um cachorro latindo ao longe, e uma mãe grita com alguma criança três ou quatro casas depois da minha.
- Um João de barro, caminha tranquilo pelo gramado, nem percebe que dois ferozes olhos verdes espreitam.
- O meu vizinho: Andar claudicante, olhar distante. Parece que se despede.
- Pérolas negras : Pela primeira vez, o pé de Jabuticaba, jabuticabeando umas jabuticabinhas.
- Vindo do quarto, atravessando a sala e alcançando a varanda onde estou a vós dela, cantando a ária: Una furtiva lágrima...Negli occhi suoi spuntò...
- No portal da frente, o mensageiro do vento.
Ele nunca repete a música.
- De repente eu aqui aposentado e esta recente saudade dos meus amigos do trabalho e da minha vida no front.
Penso, mesmo se existisse a magia da volta,
eu não voltaria.
Outros são meus sonhos agora.