NO CARNAVAL DO TEMPO

Oh, suaves vozes que naquel’instante não tanto se ouvem

Apenas euforia e balbúrdia

E destarte se prolongam pela tardança do presente tempo

(será que de fato demora, ou não seria mais outra ilusão do tempo?)

Dos plebeus do prazo dest’exílio a que em tal grau gritam e não param

(e não somos assim todos nós?)

Oh, o mundo!

Esta incrível taberna ou boate... na noite da vida que tanto s’estica

Entre vozerios e berros que se soltam n’agitação de seu espaço

Ah, e quem se recusaria de bêbado s’estar em seu recinto?

A que s’entope de cerveja, vodka e cachaça... ou sei lá mais o quê

Dos olhos que também s’inebriam pelas lisérgicas curvas

... das dançarinas seminuas e estonteantes strippers

(ai, que delícia! e não há como escapar de seu fascínio!)

E assim se faz

D’outro modo não se suportaria de ali s’estar

E os gritos continuam... ininterruptamente

Não sei se de alegria... ou mesmo de dor

Ou, quem sabe, a que se almejam fugir de seu pior desespero:

O de se saber que, no final de tudo, o fogo daquela taberna ou boate

... se estinguirá

No triste momento qu’então se fechará... suas portas

E, finalmente, a festa acaba

E os que dela participaram... retornam para suas casas

É hora de voltar...

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29 de outubro de 2018

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 29/10/2018
Reeditado em 30/10/2018
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