Febre (II)
Na minha febre eu vejo passar os homens todos que eu quero esquecer. Busco uma mão pra segurar... uma mão que não há. Haverá na vida algo pior que a solidão?
Busco meus olhos no espelho... não os encontro. Os olhos que me olham de volta são outros, não os meus. Olham-me como se olha um passante na rua. Me veem, mas não me reconhecem. Haverá coisa mais triste que se esquecer de si?
Meu corpo está em decadência, minha alma está em decadência, é uma batalha perdida buscar a felicidade. É esforço em vão tentar ser melhor. A decadência não tem fim.
Olho as fotos diante de mim... quem são essas Reilias sorridentes que eu não conheço? Quem são essas pessoas todas em volta delas que já não encontro? Que febre é essa que me entorta ainda mais a caligrafia?