MINHA SOMBRA.
Porque me acompanhas desde que nasci?
Não deveríamos ser dois. Veio de mim.
Fico a imaginar se carregas somente o peso da minha materialidade ou se quando tomas formas, também ganhas a carga de meus erros, pecados, maldades ocultas e outras maledicência.
Se for assim, amiga SOMBRA, foges. Não cultives o que tenho vontade de sepultar.
Se gostas tanto de acompanhar-me então és um espelho refletor de atos que não quero demonstrar.
Mas, não sou apenas isso. A melhor parte que sinto que a cada dia se vai, não consegues detectar.
És materialistas e dependente da luz.
Tenho te evitado bastante.
As vezes fico recluso no meu quarto e nessas horas sinto até sua falta.
À noite no quarto escuro, trapaceio contigo: acendo o abajur, uma luz de penumbra, tentas sobreviver, bebendo dessa pouca luminosidade. Quando te percebo, desligo o abajur e somes, mortalmente atingida.
Mesmo assim és minha velha companheira, fostes em lugares secretos sabidos só por nós
ENTAO SOMOS TAMBÉM CÚMPLICES.