Mistura do Tempo




Eu quero um Poema sem medo,
Limpo, fino, leve,
Em alto voo abrir os olhos e encontrar tudo feito,
Sem rasgaduras, nem ataduras, sem desesperos,
Nem comentários, tudo foi tirado com bravura.
Desço a Terra,
Vejo um Barquinho em alto Mar,
Velejando, pelejando como a vida pede,
Nem sempre a gente cede,
Há motivos maiores contornados por substâncias paliativas.
Há tanto Poema saindo das cavernas,
Esconderijos, montanhas, florestas e de tantos lugares onde vaguei...
Meus pés estão cansados,
Pensei achar descanso, puro engano,
Me embaracei no matagal de coisas que pensei terem sido perdidas,
Pensei que haviam sido esquecidas,
Sem noção do perigo, embarquei inocentemente nos enganos,
No deslizar do sopro que apavora,
Igual pólvora,
Minha mente não suportou,
Onde estou?
No centro das dúvidas, das interrogações que levarei ao túmulo.
E as horas voam,
Sem nome, o tempo passa,
Há retalhos,
Há atalhos,
Há Estrelas Vivas,
Centelhas,
Há teias,
Armadilhas,
Há palavras adormecidas...
Acordei trêmula, apesar do frio, suada,
Com o cansaço da luta,
É a Vida que respira,
Apesar de tudo, inspira,
É a falta de entendimento quando tudo se mistura no tempo,
No Ontem, Hoje e Amanhã,
Preciso da maciez da Lã,
Do pensamento prático,
Quero a Poesia estando lúcida,
A Verdade como Fonte Única,
Sou amante da transparência,
Viver com decência,
Menos que isso,
Não visto,
Não me serve,
Não me cabe,
Não é minha nave,
Nasci assim,
Caminho a procura da Clareza, que me leve cada vez mais para perto de DEUS.


Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 26/10/2018
Reeditado em 07/12/2020
Código do texto: T6487144
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.