Andrelícia
Andrelícia
E aquela menina tão bela, de ideias firmes e que se encantava com a lua, tornou-se a mulher forte dos sonhos possíveis e da alma nua...
Rótulos, amarras e falsas crenças, hoje sem nenhuma cerimônia, ela dispensa.
Seu verbo mais perfeito é sempre a ação e só às vezes, a ligação.
Boas maneiras, protocolos e aprovação social, fodam-se!
A vida é muito curta para perder tempo com quem acha que ser livre é sinônimo de ser puta.
Ela só respeita o padrão se nele couber a sua intensa emoção.
A mulher que rasga as palavras inúteis em ironias nada sutis e não se comove facilmente com aquilo que dela se diz, encaixa num belo decote os seios, explora as noites sem receio e nunca se entrega a superficiais devaneios.
Quando beija uma boca é apenas um meio e nunca um fim: é, ela sempre demonstra quando alguém lhe interessa e o quanto está afim...
É ela que bota a cara a tapa, que sai sempre na frente e de queixo erguido porque tem coragem suficiente pra fingir muito bem que não tem medo de quase nada.
Essa mulher é o reflexo mais límpido de tudo aquilo que já viveu.
Sua vida nunca foi um delírio ou fantasia; e esse mundo todo seu, cru, real e exposto em carne viva, tem a autêntica poesia que jamais caberia em qualquer humilde verso meu.
Da série: Pessoas inspiram
Renata Vasconcelos