Meu Copo de Bebida
Te tomo em doses longas...sem gelo que é melhor!
Assim, não me arranha a garganta.
Você chegou numa noite qualquer que já nem me lembro mais. Sentou-se ao lado (ou teria sido à minha frente?!) e abriu o melhor, maior sorriso que possuía naquele instante.
Este sorriso atravessou meu peito.
Atravancou a planície torácica que comporta meu coração. Ah, pobre coração, agora tão atingido!
E eu nem sei nada sobre esta palavra "torácica". Só sei que o peito dói de vez em quando. Talvez nem seja um bom sinal...daqui uns anos, as dúvidas se acabarão!
Água com açúcar. Bebi. Estava doce. Mas apenas isto. Nada de acalmar ou me botar pra dormir. Os tremores são guerrilheiros. Não recuam!
A campainha toca. Eu me toco que é você. Você não se toca que não quero te ver. Acho que nem você quer se ver! O espelho sequer foi pendurado no banheiro...ele apenas continua lá no canto do quarto pra ninguém ver!
Eu pensei no edredom que viajou para lhe ser devolvido num domingo de manhã. Coisa estranha!
Domingo de manhã vamos ao parque, à Paulista, à padaria. Mas ir à sua casa, não!
Aquele domingo de manhã rasgou todo o meu mês. Picou a semana em pequenos retalhos. Comprometeu mais um ano da minha vida. E eu já não tenho muitos mais!