De cunho social
De cunho social, vai- se a violência vestindo-se de sangue, pelas ruas desertas da noite. Os jornais preparam tintas e grafias para contarem histórias e tragédias. As disparidades, sócio econômico cultural sambam o carnaval sem máscaras, de forma despudorada, na avenida das desavenças enfeitadas de ironia e falta de reconhecimento do bem recíproco. A política vive o caos disseminado, cultuando esperanças na sanidade da hipocrisia. A única coisa de que se tem certeza, que a mentira impera, no país que não se integra. As classes sociais, subdivididas, contracenam em atos próprios e outros ilusoriamente desmedidos e incentivados.
No ralo das ilusões passa a tênue luz da felicidade conjunta.
Fica o grosso das sobras para a minoria angariar o poder de manipular ideias e multiplicar valores ilícitos. Nenhuma engrenagem funciona perfeitamente se as peças não se encaixam.
Não importa o regime, os métodos adotados, cláusulas e outros aparatos legais, se de todo, a fragilidade e dependência humana não forem reconhecidas e sancionadas como causa pétrea.
As moedas compram deslealdade; em cara e coroa sempre ganha com a face dupla. A ganância se veste de ouro para ir ao luxo da soberba, mesmo sabendo que o chão encerra o pó de todas as estruturas ósseas, as quais sustentam carnes para morada provisória de toda essência.
Pódio da vida fraterna não tem degrau nem condecorações que denotem supremacia. As sociedades se solidificam em construções novas a cada dia visando abrigar pessoas. Proliferação de indivíduos sugere maior reserva para consumo e sobrevivência. E assim, nação se torna campo de competições, a fim de suprirem todas as necessidades. O problema que a faca que fatia o bolo, não se adapta a fazer o mesmo corte. E quem come o maior pedaço se fortalece para furtar o próximo. Raquítica fica a alma, mas só saberá quando for chegado o momento de cada um, que cresce pisoteando os demais.