"Afloração"
Não escrevo encomendas, não há prazo em meus escritos, o que há, pura e simplesmente, é a exclusão daquilo que evolui dentro de mim: a minha busca, o meu “descobrir”. E quando chegado o momento, certamente estagnarei. Estagnar é morrer, e eu não pretendo me descobrir tão cedo, há muito que da vida sugar.
Quanto ao significado daquilo que escrevo é pra mim disperso, outrora fora importante, hoje não mais! O que escrevo: leio, releio e depois adormeço. Não busco um leitor que se encontre em mim, eu busco a minha afloração.
Quando pequena tinha o hábito de assistir ao desabrochar de uma rosa (acho que é por isso que gosto tanto de rosas, mas não rosas dadas sem amor). Ficava curiosa para vê-la acordar bela, toda imperiosa. O processo era lento, mas belo. Quando a primeira pétala se abria, eu sentia dor. A dor de vê-la surgir para a vida, deixando no passado a sua outra forma e isso me entristecia. Depois de tornada rosa adulta, eu a acolhia em um vasinho de cristal, mas ela sempre morria. Quando me tornei adulta, perdi por completo a paciência de cuidar de qualquer planta. Talvez tenha sido trauma, por nunca conseguir cuidar de um botão de rosa.
Mas, o meu ato de escrever também é dolorido, assemelha-se ao desabrochar da rosa. Nasce com uma idéia – uma palavra – e morre no texto, ou melhor, perpetua no texto, pois nele torno-me imortal. Eu irei, mas meus escritos ficarão. Em gavetas, em baús, mas ficarão.
Ontem eu estava como um botão de rosas: duro, fechado e sem beleza. Hoje comecei a desabrochar: Inspirei-me num cheiro de madeira, um perfume amadeirado, com um sedutor aroma; o que sairá de dentro de mim ainda é mistério. Quem sabe amanhã eu terei a resposta? Não sei.
O fato é que quando não escrevo ainda em botão sou. Tudo se abre diante das minhas mãos quando estou diante de palavras dançantes, tudo clareia e neste momento ocorre a minha afloração. Eu saio do escuro e ganho o mundo repleto de brilhos.
Não escrevo encomendas, não há prazo em meus escritos, o que há, pura e simplesmente, é a exclusão daquilo que evolui dentro de mim: a minha busca, o meu “descobrir”. E quando chegado o momento, certamente estagnarei. Estagnar é morrer, e eu não pretendo me descobrir tão cedo, há muito que da vida sugar.
Quanto ao significado daquilo que escrevo é pra mim disperso, outrora fora importante, hoje não mais! O que escrevo: leio, releio e depois adormeço. Não busco um leitor que se encontre em mim, eu busco a minha afloração.
Quando pequena tinha o hábito de assistir ao desabrochar de uma rosa (acho que é por isso que gosto tanto de rosas, mas não rosas dadas sem amor). Ficava curiosa para vê-la acordar bela, toda imperiosa. O processo era lento, mas belo. Quando a primeira pétala se abria, eu sentia dor. A dor de vê-la surgir para a vida, deixando no passado a sua outra forma e isso me entristecia. Depois de tornada rosa adulta, eu a acolhia em um vasinho de cristal, mas ela sempre morria. Quando me tornei adulta, perdi por completo a paciência de cuidar de qualquer planta. Talvez tenha sido trauma, por nunca conseguir cuidar de um botão de rosa.
Mas, o meu ato de escrever também é dolorido, assemelha-se ao desabrochar da rosa. Nasce com uma idéia – uma palavra – e morre no texto, ou melhor, perpetua no texto, pois nele torno-me imortal. Eu irei, mas meus escritos ficarão. Em gavetas, em baús, mas ficarão.
Ontem eu estava como um botão de rosas: duro, fechado e sem beleza. Hoje comecei a desabrochar: Inspirei-me num cheiro de madeira, um perfume amadeirado, com um sedutor aroma; o que sairá de dentro de mim ainda é mistério. Quem sabe amanhã eu terei a resposta? Não sei.
O fato é que quando não escrevo ainda em botão sou. Tudo se abre diante das minhas mãos quando estou diante de palavras dançantes, tudo clareia e neste momento ocorre a minha afloração. Eu saio do escuro e ganho o mundo repleto de brilhos.