Cata-Vento

Seresteira vontade! galopa sobre outeiros, mantém a lança, olhos determinados para o objetivo, para onde dita a esperança!

Menina fui, reservada, outras, sal e efervescência, dada a subir em árvores como macaquinha.

Menina Sou, continuo como aquela que olhava feio para a pose na foto.

Em mim, a augusta vontade, vida, quer sair por entre os dedos. E sai.

Estou sendo testada no limite.

De ter que ver e ser

Ter que ouvir, e ter que me manter

Na música entoando, e eu com o grupo executando

Como toca no recôndito do eterno

A música toca, sem me ser permitido ver

A insubordinada vontade no clima, na expressão última do Supremo

A banda toca, e eu dentro

Tem dia que executo no soprano, noutras, no contralto

Tenor e baixo, fico na terceira e na quarta, quando o esquema me faz por convir

Oportuna a ocasião, que pede e depende do clima

O que está na partitura

Se não bastasse e para sote minha

Levantar pela manhã com tantas necessidades!

Para mim, e para os meus

O amor à vida me acordou, cantarolando no coração

Me dando acolhida

Dizendo que tudo se resolverá.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 21/10/2018
Código do texto: T6482275
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.