Cata-Vento
Seresteira vontade! galopa sobre outeiros, mantém a lança, olhos determinados para o objetivo, para onde dita a esperança!
Menina fui, reservada, outras, sal e efervescência, dada a subir em árvores como macaquinha.
Menina Sou, continuo como aquela que olhava feio para a pose na foto.
Em mim, a augusta vontade, vida, quer sair por entre os dedos. E sai.
Estou sendo testada no limite.
De ter que ver e ser
Ter que ouvir, e ter que me manter
Na música entoando, e eu com o grupo executando
Como toca no recôndito do eterno
A música toca, sem me ser permitido ver
A insubordinada vontade no clima, na expressão última do Supremo
A banda toca, e eu dentro
Tem dia que executo no soprano, noutras, no contralto
Tenor e baixo, fico na terceira e na quarta, quando o esquema me faz por convir
Oportuna a ocasião, que pede e depende do clima
O que está na partitura
Se não bastasse e para sote minha
Levantar pela manhã com tantas necessidades!
Para mim, e para os meus
O amor à vida me acordou, cantarolando no coração
Me dando acolhida
Dizendo que tudo se resolverá.