Ilusões?

Ilusões? Conheço-as bem. Não raras vezes elas se instalam ao meu lado, dormem madrugadas inteiras na minha cama e evaporam sem mais explicações.

Ilusões? Trato-as bem. Dou a todas uma dignidade que não merecem. Alimento-as como se alimentam sonhos. Sim, eu lanço pérolas aos suínos. Lanço lenha ao fogo dos desatinos.

Ilusões? São infindas. Multiplicam-se. Mas carecem de criatividade. Eu, compassiva, empresto-lhes a minha, também infinda.