BRASIL
 
 


Lembro sim, quando trabalhava
por dentro, um medo diferente.
Quando eu caminhava
mesmo com passos
hesitantes, mas, sempre,
sempre querendo
encontrar um lugar seguro,
acreditando na minha
força interior e numa mudança
pela força da nossa gente.



...
Apesar dos pesares, eu tinha planos para o futuro.
Eu sabia sempre para onde ir.
Agora, que é mais que medo...
É pânico, embora eu seja corajosa, não sou de ferro.
O pior é que não, eu não posso desistir, e proteção,
a quem de agora em diante vou poder pedir?
Esse  pânico que toma conta do meu existir, não é por mim,
pois já vivi muito, já amei muito, sofri, também fui muito feliz,
quando traçava alguns planos e se não dava certo, me arrependia,
era dona do meu nariz! Renovava com liberdade,
que fosse  os meus novos enganos.
Cada amanhecer era uma grande alegria...
Porquê? É que eu queria para os meus filhos, para os meus netos,
um Brasil que vencesse a crise, mesmo demorando,
alcançando um melhor futuro.
Tudo era poético, as praias, as noites, os bares, a solidão,
a alegria nos olhos dos meus filhos, era um presente.
Hoje, sem palavras, para tanta assombração, mas, não estou em cima
do muro.
Agora tudo parece que vai se perder, agora eu não sei se vou conseguir digerir a dor de não poder mais dizer o que a minha alma sente...
Acredito que a democracia vai perecer.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 10/10/2018
Código do texto: T6472889
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