Nascer do dia

Na beira da cama orvalhada, espreguiça-se o dia, para se doar ao mundo, na clareza da vida. Todos os lugares se ocupam de forma rotineira, para as missões se cumprirem. E tantas surgem inesperadamente, porque a vida é surpreendente. O presente é ofertado e o fazemos passado rapidamente. Vale a forma mais certa de se fazer valer a pena.

As nações se cumprimentam em distâncias, cada qual num idioma. Bom, seria se a linguagem universal fosse o amor; E, que praticado a todo instante, não precisasse poderes e ordens, limites e desigualdades.

É que na cama orvalhada ainda tem desses sonhos lindos e é sempre existido, esperando o sol despontar, pelas nações de seres bons que habitam solos férteis de emoção e compaixão.

A vida é espetáculo no palco improvisado de cada dia. Ninguém é ator principal, se não encena consigo mesmo, quando precisam desvencilhar-se de tristezas e angústias. Mares e sertões se misturam nos sentimentos. O emaranhado se dá nas necessidades das margens.

Cactos e corais se propagam cada qual com sua beleza e serventia; todos respeitando nossas condições de agruras e de profundezas; mergulho e poeiras. Assim também o gelo se amontoa no íntimo, quando o comodismo e desinteresse pelo bem estar do outro, se deixa habitar em nós.

A beleza dança valsa na sala das diferenças e convida o salão a se enfeitar de acordo com cada par. É que todos os povos, cada qual com suas culturas e credos, tem em comum a mesma particularidade: são dotados da pequenez e escassez de vida, quando não se amam. Reconhecem-se nas mesmas cartilhas de ensinamentos: a que a vida folheia e conta em ensaios que surgem e denotam em provas e exemplos de vida.

Por isso, a dramaticidade das falências, das tragédias humanas e sociais. De cada ser, prevalece o bom e o bem para aprimoramento.

É como nas catástrofes ambientais, onde o ser refugia-se da impiedade das forças naturais, no meio dos destroços inevitáveis. Contam seus mortos e feridos e vão reconstruir-se sem eles, mesmo com dores. Porque requer recomeço sempre, e em tudo há continuidade, assim como o dia que vem surgindo e amanhã será saudade.

Takinho
Enviado por Takinho em 10/10/2018
Reeditado em 24/08/2020
Código do texto: T6472102
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