Às oito?
Vamos caminhar devagar, sem pressa e sem promessas.
Vamos viver na medida certa, sem exageros, sem desenhos ridículos em guardanapos e sem rosas de papel.
Vamos sorrir contido, de canto de boca, no tom, disfarçado.
Vamos viver mesquinho até virar costume.
Eu gosto muito das palavras, as aprecio bastante, costumo até vibrar com um bocado delas espalhadas em frases e também quando recitadas, porém convenhamos que para algumas coisas, melhor do que ler, ouvir, é sentir, é ter, é tocar, é fazer... como o amor que não é algo para ser discutido, pensado, analisado, entendido, explicado, é algo para ser doado, vivido, sentido, exagerado, gargalhado.
É, nisso, eu sempre precisei muito mais do que palavras.
Sabe por quê? Porque as soltamos ao vento e as fazemos andar, correr e dançar, mas no meio do caminho elas dão umas piruetas, elas se perdem, se confundem e mudam os passos. Elas são perigosas. Não acredita? Pois leia de novo o texto e coloque o "não" antes do "vamos". Na verdade, era isso que eu queria dizer.
Eu te amo e chega de palavras por hoje.
Passa aqui que eu vou lhe mostrar...
Às oito?