SOBERANAS PALAVRAS
Ah, com que me tocas, poesia? Mil vezes mais andarei nas passarelas desta praia, cercada e coberta pela maresia, do belo céu quando o sol raia, onde nasce a fantasia. As minhas noções nocivas entediantes, me fazem pensar a todo instante, que tal olhar para o infinito e pensar que não estou aqui... Eu me perco num relance, estou lá e acolá, ah que caminhada longe que me desperta o porvir, cito Fernando Pessoa, estou "a passear, a passear".
Tocaste uma vez mais em minha alma... Lembrei-me do quão é diferente a escrita, o que nela encontro, lá se vão as despedidas, que me deixam triste por enquanto.
As críticas sagazes não mais alvorecem, se despedem no cumprimento de estar só, em noite que se faz de nó em nó, e tudo logo desaparece, como se nunca tivesse existido... Pobre de mim, que mal sabia que era mais uma sedução das palavras, que antes minhas escravas, agora soberania...