NO MEIO DO ESPERNEIO
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No meio do esperneio pela vida...
Dádiva realmente incomensurável!
Se morro tem subida; tem descida
Pé da ladeira? Acho muito improvável...
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Porque sempre no alto daqueles picos
(Quando por lá durmo é num desses que eu fico!)
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E, de manhã, por orvalhadas matinas
Estilo aquelas quebradas que já não existem mais
Antes das alvenarias, dos carros, das buzinas...
Não vi com esses olhos, mas nas fotos dos murais!
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Como não, se com esses olhos que vejo as fotos...
Então cadê a sonoplastia? A voz da Tia, o ronco da moto...
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Igual aquela do devoto lá de Aparecida
Amarelada, mas com a lembrança ainda viva
Da tarde difícil, da estranha comida (sem bebida!)
Pode passar o tempo que for que a mente criva!!!
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Pé da Ladeira? Quando subia ou quando descia?
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Pouco importa nessa poesia, mas já que lá estive
Estarei, novamente, e, dessa vez, de uma vez...
Vou falar pra Santa de gente morta e de quem ainda vive
Falarei, portanto, de alguns de vocês...
Do Livro de Poemas Egozismo (2018)