UMA PROSINHA
UMA PROSINHA
A paz não chega, parece que corações tomam formato de pedras cobertas de limo, enquanto a bola gira a seu tempo, apenas naturais dias e noites. Imagens integram-se e desintegram-se num caleidoscópio pensante que não cessa.
Lamentos e alegrias revezam-se para dar descanso, ora a sonhos, ora a delírios ou pesadelos.
Nuvens passam, cores atiçam-se, há ares e ventos, carregando vidas a bel prazer, pouco importa a convicção. Chuvas finas e tempestades arrastam, a seu modo, o bípede caminhante em direção ao mar, querendo enxergar horizonte. Páginas amarelas retratam o passado e querem sossego, árvores não precisam mais virar papel, apenas querem viver dando sombra, guardando ninhos, testemunhando amantes e, vivendo e sobrevivendo com um desenho de coração e flecha de cupido, desarmando ódios.
Um novo dia começa, quem sabe chuva, quem sabe sol, ali a frente há vida, quem sabe?