ALVORADA

lisieux

Misturo-me aos tons da alva e me diluo na luz que desvirginiza a calma madrugada.

Quando o dia desperta, nele eu me integro,partícula da mesma claridade que do sol emana.

Esparramo-me liqüefeita sobre a relva, parte também da terra úmida, madre, fecunda...

e me deixo absorver por ela.

Transmuto-me em seiva, alimento e, no seu seio, pulso.

Vida!

E fico a interrogar-me como podem os dias sobreviver às trevas e renascerem, tão iguais;

os mesmos sons e cores; mesma artística paleta de luz, se o teu sorriso há muito se apagou e já não mais me conduz...

lisieux
Enviado por lisieux em 28/10/2005
Código do texto: T64593