Nuvens Brancas Sobre o Campo Hoje eu tive momentos de pura paz. Foi como se tivesse voltado à infância. Sentei-me na grama, isto é, sobre o capim, pois eu estava no campo. No meio do campo onde os bois e as vacas pastam, mas não havia nenhum desses animais por perto, acho que eles estavam descansando do verde que ali era abundante e se mostrava nas mais variadas nuances. Sob a sombra de uma árvore solitária, no meio do pasto aberto, vi pequenos arbustos quase despercebidos, ali, acolá, e só mais além, árvores maiores e buritizeiros. Eu nunca entendi porque os criadores de gado não deixam árvores nos pastos. Havia também alguns cupinzeiros compondo a cena. O momento convidava ao repouso, à reflexão. O silêncio só era quebrado de vez em quando, pelo canto dos quero-queros e dos bem-te-vis, quando encontravam comida. O céu parecia um imenso lençol azul onde gordas e divertidas nuvens brancas, brincavam de formar figuras engraçadas. Forrei o capim com uma toalha e deitei-me para observar melhor a formação das nuvens. Fotografei algumas delas. Depois fiquei algum tempo pensando em coisas bonitas como aquele dia. Lembrei de mergulhos em riachos e cachoeiras, dos sabores de comidas do passado. Senti o cheiro que a brisa espalhava no ar, cheiro de mato, de vida. Como estava sozinha, conversei comigo mesma, orei por meus amigos, por minha família, por mim. Cantarolei, assoviei e, juro; tive a impressão de que os quero-queros pararam o próprio canto para ouvir-me. Foi lindo. Eu estava precisando avaliar meu estado de espírito, minha comunhão com Deus. Após três horas de tranqüilidade, guardei as câmeras no estojo, recolhi a toalha e voltei feliz para casa. Que bom seria se todos pudessem contemplar nuvens brancas sobre o campo. (Claraluna = Hull de La Fuente) www.usinadeletras.com.br |
Estou publicando de novo este texto, porque na primeira vez, não usei a imagem que agora encontrei e que me recordou aquela manhã no campo.