A Coleção de Borboletas do Senhor Fuchinni
Luzes coloridas acesas com velas. Cada improviso com sua rotina de retinas. Sigamos o rebanho. Faltam motocicletas e sobram vários pés. Conforme e ao invés. Estamos anunciando um novo paraíso sem quaisquer enfeites. Só é preciso alguma habilidade e muita prática. Absurdos sempre existem e eu tomo todo o teu tempo disponível.
Certou ou errado. Ninguém tem a resposta. Assim como ninguém levou a culpa para a casa. Desde os tempos de então. Exagerar é discretamente mais discreto. Podem pendurar os planos ali no cabide. Eu quase acertei no alvo. Dispensei os divãs faz muito tempo. O bullyng agora é a nova palavra de ordem.
Solene procissão de encapuzados varando as noites de uma qualquer cidadezinha deste país. Troquei as letras com e sem propósito alguns. É só mexer o caldeirão sem a presença indispensável das senhoras bruxas.
Quem quiser um chá pode tê-lo agora mesmo. É a mesma água para cantigas diferentes. A roda nos surpreende mais do que as manchetes inesperadas. Vamos abusar de quanto adjetivos quisermos e isso tudo só ocorrerá no meio da selva.
Não é para se entender e isso já basta. Alguns ares me sufocam mais do que os outros. E os riscos pertinentes de qualquer discurso em meio a uma praça vadia. Isso foi anteontem e consigo me lembrar de alguma coisa há muito esquecida. Nem os mosquitos me incomodam mais.
Quando fazermos parceria com o sofrimento dá nisso. O barulho das moedas atraem os cães. Mas os sinos dos sonhos acabam anunciando antigos funerais. Não faço questão de determinadas coisas. Só de palavras repetidas em nuvens sufocantes de alegres fumaças.
Uma à uma as figurinhas se repetem. E meu amor usa o que não deveria mais ser usado. Começo por começo. Meio por meio. Fim por fim. Talvez um topete ou uma franja e muito rebolado. Cenas dantescas dignas de alguma rua bem movimentada.
Sob tapetes muitos asas e muitos valetes e muitas damas e faltaram os reis. É que os olhos divergiam em suas cores. Canso de tanto cansaço e estou exausto de tanta exaustão. Solto suspiros que afugentam os diabéticos. É tudo mais simples como as aulas de filosofia para os pós-graduandos.
Consegui pegar uma mosca em pleno voo. Foi muito simples. Contei uma história bem interessante e zás. Os aracnídeos acaba sendo nossos parentes consanguíneos. Eu já vi isso em alguns desenhos que nem fiz um rol. Era tudo em duas cores e o lápis de cor acabou chegando.
Não tenho mais ídolos. Ando numa nova fase e a loucura acaba escrevendo nas entrelinhas. Maldito cara. Fez igual aos outros e desdenhou meus abismos. Sobraram-se apenas as cordilheiras e alguns andrajos que escondi em minha alma de mascate.
Conto sim ou conto não. Os cupins agora estão com um gosto mais apurado. Comem apenas cara-de-paus e nunca falta o que comer. A abundância acaba sendo a grande inversão de dados de forma mais deplorável. Quanto mais temos é aí que temos bem menos.
O sono acaba me vencendo. Não que o café tenha acabado. É a preguiça de sair do meu casulo que me impede de vários choques. Gato escaldado tem medo de pôr a mão em cumbuca. Por isso muitos réquiens são repetidos pela contagem dos cronômetros antes mesmo de cada corrida.
Chocolate e batata-frita. Um elogio de merda é o que basta. Críticas são arranhões na nossa ficha de idiotices. Nós estranhamos até as figuras refletidas nos espelhos. Não dá mais e nem dá menos. A nova crucificação é logo ali em frente.
Canibais assíduos somos nós. Entre orquídeas e violetas caprichadas aos montes. Eu só me esqueço que me esqueço e é mais do que suficiente para a pólvora dos cartuchos. Palavras leves e quase só. Me dê a minha caixa de borboletas e deixe enrolar meus bigodes...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).