Vela

Velas são assim, talvez janelas para que você possa espiar a felicidade de outro alguém.

Se todo álcool do mundo servisse para incendiar minha alma e te fazer virar cinzas dentro de mim, eu nada disso faria. Mas se tu quisesse de alguma forma incendiar, tudo dentro de mim, eu te daria toda a gasolina necessária. Você me rouba tudo, inclusive o alicerce. Eu não consegui pedir um retorno, mas como sabemos ele sempre volta. É dessa volta que padeço e temo. Quando eu olho para o nada e vejo a escassez do nós, ai já era. Eu já nem existo. Me chama de neném e vem cuidar da minha pessoa, dando nós propositais em meu cabelo. Para sempre é tempo demais, por enquanto já me bastaria, quisera eu que fosse. Mas esse devaneio não é mais nosso, um dia fora? Quem é que sabe. Meu ainda é. Você é o abstrato que eu queria ter. Falo de possibilidade e não de certezas. Queria eu um hospital de almas, para me receitar uma droga, que medicasse a tal da "falta", que me persegue sempre e que não seja essa droga o café, porquê até esse me faz recordar-te.

Mas o tempo muda tudo e assim ele te levou embora, como a fumaça que o cigarro deixa ir. Eu nada pude fazer, talvez nem tua saudade eu seja. Contudo só tenho uma certeza, ainda não findou-se.

E eu não canso de proferir a frase de como eu amo te olhar.